quarta-feira, maio 06, 2015

MEU REDESCOBRIMENTO DO BRASIL



Em meus primeiros sete anos de vida, vivi em alguns dos lugares mais inóspitos do Planeta. 

Restaram poucas lembranças agradáveis dassa época. Lembro-me de brincar com crianças negras na África, e de ser o único branco em todo o grupo. Lembro-me também de "cavalgar" um camelo no Cairo, e de comer frutas muito estranhas na Indonésia. E como esquecer do tigre que vi perto de onde morávamos em Cingapura -- isso no início dos Anos 1970, muito antes de Cingapura ser o Centro Empresarial que é hoje. 

Sou filho de diplomatas. Meu pai é alemão. Minha mãe, portuguesa. Dele, herdei uma atitude um tanto quanto empírica perante a vida. Dela, herdei o hedonismo, a busca incessante pelo prazer. Não tenho a menor dúvida de que carrego comigo cinquenta por cento do "mojo" de cada um deles perfeitamente conjugados na minha personalidade. Eles, no entanto, nunca conseguiram combinar essas diferenças. Consequentemente, jamais foram felizes juntos. 

Quando optaram pela separação, eu tinha 7 anos de idade, e minha guarda ficou com minha mãe, que decidiu voltar para Lisboa. Graças à atitude dela, estudei em algumas das melhores escolas da cidade, e não em escolas duvidosas em algum canto obscuro do mundo. Tive uma infância e uma adolescência privilegiadas. 

As primeiras mulheres da minha vida foram maravilhosas, cada uma à sua maneira. Ensinaram-me tudo o que um homem precisava saber. Eu procurei ser um aluno bem aplicado e atencioso. Aos 16 anos, já tinha consciência que o sexo feminino não era mais um mistério para mim. Em muito pouco tempo, eu conseguia descobrir como cada uma delas funcionava e quais eram seus anseios -- e então, já concluía qual deveria ser o meu papel nas vidas delas. Me afeiçoei a algumas mais do que a outras, mas sempre mantive a paixão sob controle, deixando que elas se sentissem livres para entrar e sair da minha vida quando bem quisessem. Nunca fui possessivo em relação a qualquer uma delas. Graças a tamanha disciplina sentimental, passei minha juventude sem saber ao certo o que é uma decepção amorosa.
Em 1978, minha mãe foi transferida para a Embaixada de Portugal no Brasil, e eu a acompanhei. Usufruí por uns bons anos da Universidade de Brasília (foto acima), onde cursei Relações Exteriores e Jornalismo. Tecnicamente falando, levei tempo demais para me formar. Mas a verdade é que eu não tinha a menor pressa em ir embora da UnB. Sabia bem que o que me esperava no mercado de trabalho seria infinitamente menos interessante do que o que tinha por lá. 

A UnB era uma festa. Confesso que nunca tive muita paciência com as mulheres do curso de Jornalismo, quase todas politizadas demais e pretensamente maduras. Já no curso de Relações Internacionais era tudo bem diferente. Havia um exército de jovens mulheres sedentas por muita safadeza e muitos rapazes que, apesar de também sedentos por safadeza, eram avessos a mulheres. 

Eu era um dos poucos a apreciar tanto as jovens mulheres em questão quanto a cartilha de sacanagem na qual elas queriam ser iniciadas. Resultado: "passei o rodo na mulherada", como dizem aqui no Brasil. Aconteceu naturalmente, sem que eu precisasse sequer me esforçar. Nunca o sexo foi tão fácil. Era como pescar com dinamite. Eu era feliz, estava no paraíso e tinha plena consciência disso.
Mas então, chegou um momento em que a brincadeira acabou e não tive outra alternativa senão me formar. Fui trabalhar na Assessoria de Imprensa da Embaixada de Portugal (foto acima), um dos ofícios mais brochantes que um recém-formado pode pegar pela frente. Nada para fazer, nenhuma pessoa interessante o suficiente para conversar -- a não ser por minha mãe. As mulheres de lá eram horrendas, uma mais desinteressante que a outra, e o ambiente insuportavelmente formal, quase fúnebre, do início ao fim do expediente. Nos vários anos em que trabalhei lá, não lembro de um único dia em que tenha saído de casa com prazer de desempenhar minha função. O jeito era ler, e ler, e ler. Eu lia de tudo, o dia inteiro, para que o tempo passasse mais rápido. 

Bastava eu colocar os pés para fora da Embaixada no final da tarde para que a festa começasse. E assim seguia até tarde da noite, ou bem cedo do dia seguinte. Grandes bebedeiras. Excessos de todos os tipos. Surubas memoráveis com mulheres espetaculares. Se tem uma coisa que as pessoas levaram a sério em Brasília é putaria.
Assim como meus antepassados portugueses e meus antepassados alemães, sempre tive um apego todo especial por mulheres da raça negra. 

Todas as minhas namoradas entre 1986 e 1990 eram negras, ou mulatas, e trabalhavam em Embaixadas Africanas ou no Itamaraty. Não me lembro de ter me envolvido com uma única mulher de pele clara nesse período. Foi como se eu estivesse a passar a limpo todas as lembranças desagradáveis que ainda guardava da minha infância na África. 

Vivi em Brasília até o ano de 1990. Gostava e, ao mesmo tempo, não gostava de lá. É uma cidade cosmopolita, com gente de todos os cantos do mundo -- mas, paralelamente a isso, é provinciana, isolada do resto do país, comandada por uma elite que está sempre no Poder, seja lá quem tiver sido eleito. 

Daí, quando minha mãe decidiu casar-se novamente com um médico da cidade e fixar raízes por lá, eu senti que aquela era a deixa para desgarrar-me dela e voltar para Portugal. 

Pois foi o que fiz.
Já em Lisboa, desisti definitivamente de seguir Carreira Diplomática. Mas não me afastei por completo da Diplomacia. Passei os últimos 25 anos a trabalhar como Diretor Executivo em diversas publicações em Lisboa. 

Por ser poliglota, transitei por várias publicações internacionais com filiais na cidade. Raramente escrevia para essas publicações. Meu papel era sempre cuidar das relações com a Matriz, facilitar as relações com o Governo e zelar pelos interesses dos leitores. 

Em algumas publicações foi mais fácil conjugar tudo isso. Em outras, mais difícil. Mas eu sempre procurei utilizar todos os meus conhecimentos para que tudo desse certo no final das contas. 

Fiz inúmeros inimigos no meio. Foi inevitável. Mas cumpri meu papel. 

Como detinha poder e era solteiro, sempre tive as mulheres mais vistosas ao meu redor. Bastava escolher a que eu quisesse naquele dia e levar para casa, ou para qualquer lugar.
Um belo dia, no escritório londrino da National Geographic, conheci uma fotógrafa exuberante chamada Margaret. Fiquei fascinado por ela logo de imediato. 

Em menos de um dia, eu já tinha certeza absoluta de que queria passar o resto de minha vida ao lado dela. 

Nos casamos em menos de um mês. 

Não tivemos filhos. 

Nosso casamento durou quase 20 anos. 

Terminou no início do ano passado, quando ela me repentinamente me trocou por uma outra mulher: inglesa, negra, que trabalha como road manager nas tournées dos Rolling Stones.
Essa rejeição me deixou absolutamente confuso, até porque coincidiu com o fim da edição portuguesa de uma publicação internacional, que eu dirigia. 

Fiquei totalmente sem rumo. 

Pela primeira vez na vida, eu havia perdido o chão por causa de uma mulher. 

Me senti fraco, como nunca havia me sentido antes. 

Então decidi viajar em férias, sozinho, pela primeira vez em 22 anos. 

Custei um pouco a relembrar como eu fazia esse tipo de coisa quando era mais jovem, mas logo achei um ponto de fuga. 

Circulei por várias capitais europeias durante 4 semanas. De dia, passeava pelas cidades. À noite, dormia sempre ao lado de uma acompanhante indicada pelos funcionários do hotel onde estivesse hospedado. Foram 28 mulheres diferentes ao longo de um mês inteiro, todas belas, delicadas, atenciosas, criativas e prestativas, cada uma à sua maneira. Minha esperança era de que o convívio íntimo com mulheres muito diferentes umas das outras ajudasse a me recompor. 

E funcionou. 

Ao final deste mês solto pela Europa, eu já me sentia pronto para outra.
Foi quando encontrei em Lisboa um empresário brasileiro amigo dos tempos sentia da UnB fez-me um convite para gerenciar suas empresas em Santos, São Paulo, e eu aceitei. Mudei-me pouco antes do Natal de 2014, e me ambientei na cidade rapidamente. Aluguei um apartamento bem amplo defronte ao mar e comprei uma cachorrinha. O nome dela é Lisa. 

Passear com uma cachorrinha pela praia facilita muito a aproximação com mulheres. O curioso é que você nem precisa abordá-las, elas abordam você, usando a cachorrinha como pretexto. Em Lisboa não é assim. Todos são extremamente reservados por lá. Ponto para o Brasil.

Com a ajuda preciosa de Lisa, andei "pegando", como dizem por aqui, algumas mulheres muito interessantes neste último Verão. Mulheres bem fogosas, diga-se de passagem. Fico a imaginar se são assim o ano inteiro, ou apenas durante o Verão. Eu agradeço a elas pelas boas vindas que recebi.

Fica a indicação: Todo homem solteiro no Brasil necessita de um cachorrinho bem apessoado para levar para passear nos finais de tarde, quando as mulheres saem das Academias de Ginástica ou vão exibir seus corpos sarados em corridas nos jardins da praia. Para "pegar mulher", cachorrinho é um facilitador e tanto. 
E então, nesses feriados de Carnaval, lembrei-me dos tempos em que só namorava afrodescendentes, e pensei: Por que não promover um baile de Carnaval em minha casa, repleto de negras e mulatas? 

Liguei para um número recomendado por um conhecido, e -- em homenagem a minha ex-mulher Margaret -- encomendei nada menos que cinco negras e morenas que fossem bissexuais e que permanecessem à minha inteira disposição durante todo o Carnaval, de sábado até terça. 

Acertamos os valores, e elas chegaram prontamente: lascivas, insinuantes, selvagens, vulcânicas, gostosíssimas, maravilhosas... 

Havia um pequeno porém, com o qual eu concordei de imediato: todas as cinco vieram com a condição de poderem escapar estrategicamente por algumas horas para participar dos desfiles na Passarela do Samba aqui em Santos. Júnia e Irene (quarta e quinta da esquerda para a direita) desfilaram no Domingo à noite. Já Kelly, Kimberly e Emmanuellen (as três primeiras da esquerda para a direita) desfilaram na Segunda.


Em momento algum, elas permitiram que ficássemos sem assistência, ou mal assistidos. Pelo contrário: sempre que retornavam da Passarela do Samba, seus ânimos pareciam redobrados. Impressionante a vitalidade dessas moças. Orgulho da Raça.
Liguei para dois novos amigos que fiz na cidade e os convidei para participar do Baile de Carnaval. Em seguida, contratei um chef de cozinha para nos manter alimentados e um DJ especializado em samba e salsa para colocar molho na festa. E o inevitável aconteceu: a certa altura do campeonato, tanto o chef quanto o DJ decidiram ingressar na suruba também, rendendo-se ao verdadeiro espírito do Carnaval. Quase não dormi esses dias todos.

Foi um Carnaval inesquecível. Pena não poder publicar as fotos e os filmes aqui. Na próxima crônica prometo falar um pouco de nossas aventuras gastronômicas nesse Carnaval, realizadas entre uma sessão de sexo grupal e outra. Hoje, eu já falei muito mais do que deveria. Não quero ser um chato falastrão. 

Se nada atrapalhar, espero que doravante minha vida seja sempre assim. É como deve ser. Nenhum de nós se machuca no final, e todos se divertem para valer.


Obrigado pela acolhida, Brasil, neste "Second Time Around". 

Obrigado, Santos, por suas mulheres fornidas e dadivosas. 

Vinde a mim as negras, mulatas, loiras, morenas, ruivas e japinhas.





Eu, Manuel Mann, 55 anos,
  dedico esta crônica libertina
 à atriz Monica Belllucci, 
que acaba de ser anunciada
 como a primeira bond-girl
 com 50 anos de idade,
 e que irá contracenar com Daniel Craig
 em "007 vs SPECTRE",
 com estréia marcada  para Outubro de 2015.







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