quarta-feira, maio 06, 2015

E LÁ VOU EU, AGORA SEM AS PERNAS E COM APENAS UM DOS BRAÇOS


Peço desculpas a todos, tive que ausentar-me deste espaço semana que passou devido a um acidente pessoal: Caí de uma escada. Na verdade, "rolei escada abaixo", como dizem cá no Brasil.

A culpa do ocorrido deve, com toda a certeza, ser creditada a uma lente multifocal que vim a usar de um ano para cá. Jamais consegui acostumar-me a ela. Custo muito a encontrar o foco correto nela, Quando encontro, necessito jogar a cabeça levemente para trás para manter-me em foco -- uma atitude que imprime à minha imagem social ares de Imperador Romano. Várias pessoas já me acusaram de pedantismo por conta disto. É injusto. Mas é compreensível. E, infelizmente, inevitável.


Ou melhor: ERA inevitável. Meus óculos se espatifaram na queda. Encomendei um novo par, que ainda não me foram entregues. São multifocais também, só que com lentes mais amplas, o que deve prevenir desequilíbrios que provoquem futuros tombos e as odiosas poses de Imperador Romano.


Sendo assim, escrevo estas linhas neste momento com os olhos bem próximos à tela do meu laptop. É o que me restou. Sou um semi-cego.


Mas o pior de tudo é que, na queda, não foram apenas meus óculos que se quebraram. Quebrei também minha perna esquerda e meu braço esquerdo, e ainda torci meu tornozelo direito.


Resultado: estou há quase três semanas com minhas duas pernas imobilizadas, sentado em uma cadeira de rodas irritante, e a escrever com apenas uma das mãos.


Nos primeiros dias, quase enlouqueci. As limitações eram terríveis. Mas, de alguns dias para cá, já consigo desfrutar de algumas pequenas -- às vezes, ridículas -- vantagens que essa situação me proporciona. 


São poucas. Mas, acredite, elas existem.


Logo que cheguei em casa do Hospital, pensei em Jimmy Stewart em "Janela Indiscreta", e corri até a varanda -- meu apartamento fica defronte ao mar --  para tentar ajustar meu pequeno, mas eficaz, telescópio à minha nova condição de cadeirante honorário. 

Para minha sorte, descobri que, mesmo sentado na cadeira de rodas, conseguia flagrar cenas na praia que jamais seria capaz de perceber ao caminhar pela areia. Cenas 


Pela manhã, em dias de sol, não havia nada mais espetacular e digno de aplausos do que minha vista panorâmica de corpos bronzeados de mulheres lindas deitadas na areia ou sentadas em cadeiras de praia, indo ao mar de hora em hora para um merecido e quase sempre revelador refresco corporal. Ah, como não enlouquecer diante daqueles deliciosos flagrantes involuntários de nudez sempre que os biquinis se rebelam contra suas proprietárias, insistindo em não acompanhar o movimento de seus seios e de seus quadris em contraponto às ondas do mar.


Já no período vespertino, a visão daqui de minha varanda revela outro tipo de cena cotidiana. Acontece de tudo naquelas areias no período entre a hora do almoço e o final da tarde. Desde grupos a fumar maconha livremente e "casais de vários sexos" a fazer sexo dentro e fora d'água, até um flagrante em uma simpática orgia num pequeno veleiro que seguia distraidamente bem próximo à Costa.


Alguns de vocês aí já deve estar a pensar: "Pronto, esta é a deixa para que este português tarado começar a falar de seu tema recorrente favorito: AS SURUBAS"

Peço que me desculpem, não vou falar de surubas. Uma suruba, para poder ser considerada como tal, necessita ter ao menos cinco participantes -- se possível, mais mulheres do que homens. E o máximo que aconteceu comigo nesses últimos dias foram pequenas orgias com mais 2 ou 3 meninas, onde eu figuro como o único varão. Suruba tem uma outra dinâmica, bem diferente.


Na verdade, eu cansei um pouco de surubas. Gosto de cercar-me de muitas meninas, mas não quero compartilhá-las com estranhos. Estou mais egoísta de uns tempos para cá. Quero-as inteirinhas para mim, mesmo que não consiga dar conta de toda a situação.



Daí, vou tentar contar toda essa história desde o começo, para que meu drama fique bem exposto e eu não corra o risco de ser mal compreendido -- como fui tantas vezes anteriormente. 

Prometo ser o menos prolixo possível:


Duas enfermeiras me acompanham desde que saí do Hospital, cada uma delas com a missão de cuidar de mim a cada 6 horas do dia. Ambas muito pouco simpáticas e nada atraentes como mulheres. Para torarem uma idéia, uma delas até parecia o ex-Ministro Luis Carlos Bresser Pereira. Não me deram a opção de escolher as enfermeiras, tive que aceitar as que me impuseram. Se tivesse podido escolher, teria optado por duas bem opulentas que ostentassem um certo jeito de olhar e sorrir bem contidos que são comuns às mulheres mais devassas deste Planeta.

Mas, infelizmente, as duas enfermeiras eram absolutamente "brochantes", como dizem cá no Brasil. A situação era tão grave que nem na hora do meu banho, o toque das mãos delas pelos meus geniais conseguia despertar em mim uma ereção involuntária. Quem já esteve hospitalizado sabe bem o quanto é difícil controlar essas ereções involuntárias, e o quanto elas podem ser embaraçosas.


Meu dia se dividia de forma cruel entre as 12 horas que passava sob a tutela delas, e as outras 12 horas que, em princípio, deveriam ser reservadas ao meu repouso. O diabo é que eu não conseguia repousar sabendo que, no dia seguinte, passaria por todo aquele drama novamente. Precisava de uma válvula de escape. Não demorei a encontrarum antídoto contra toda essa sisudez e toda essa ranhetice dessas enfermeiras. 

Liguei para o meu "delivery de prazer" favorito e encomendei duas meninas para aquela noite. Nada de meninas saradas, com jeitão de garotas de praia. Pedi meninas bem clarinhas, sem marcas de sol, altas, com seios grandes, meio opulentas e, claro, com trajes tradicionais de enfermeira.


E lá vieram elas, Júnia e Marilu, uma loira e outra morena, ambas adoráveis, ambas com trajes austeros de enfermeiras. Por baixo desses trajes austeros, elas vestiam trajes sexy de enfermeiras, e logo começamos nossas brincadeiras. Eu primeiro indicava a elas toda a terrível rotina à qual eu era submetido diariamente pelas duas assombrações que o hospital mandou para mim, e então deixava a cargo delas "complementar o tratamento" com as "técnicas afetivas" que elas julgassem pertinentes ao meu caso. 

Descobri ao longo deste processo algo simplesmente fascinante: mesmo meio entrevado, como estou neste momento, é possível participar efetivamente de um "ménage à trois" com duas companheiras que saibam ser habilidosas e compreensivas. Pensei comigo mesmo: Quem diria que aquilo que Jane Fonda fez com Jon Voight naquela cena clássica de "Coming Home" poderia ser realmente viável!". 


Pela manhã, fui acordado pelas meninas com muitas carícias e ganhei de presente delas um banho com toalhas perfumadas sentado na cama, seguido de deliciosas carícias manuais e bucais. 


Em retribuição, preparei Ovos à Benedict para que todos nós pudessem recompor as forças depois das brincadeiras deliciosas da noite anterior. Não foi fácil ajustar a cadeira de rodas à altura do fogão para comandar a frigideira, mas acabei conseguindo, mesmo com um braço só. 


Depois que as meninas foram embora, pouco antes das oito da manhã, e a primeira enfermeira chegou, pus-me a dormir imediatamente. Estava cansado. Além do mais, os anti-inflamatórios que tomo diariamente não contracenavam bem com toda a movimentação sexual da noite anterior. Eu estava um bagaço, para falar português claro. Deixei o dia correr, e à noite optei por assistir dois filmes em sequência na TV e voltar a dormir. Pensei comigo mesmo: melhor descansar bastante hoje para amanhã estar inteiro para mais uma brincadeira com as meninas.

Fez sol no dia seguinte. Passei manhã e tarde pendurado no meu telescópio, a ignorar solenemente as enfermeiras -- que, por sua vez, não se conformavam com meus ímpetos voyeuristas, e faziam cara feia pra mim sempre que passavam por perto. Eu não ligava. Dizia para elas: "Cara feia pra mim é fome". 


Logo mais à noite, Júnia e Marilu estavam de volta a seus postos. Mais uma noite deliciosa nos esperava. Tudo o que havia no Kama Sutra que pudesse ser realizado sem o apoio de duas pernas e com apenas uma das mãos, nós três, na medida do possível, conseguimos realizar com sucesso. 


Pela manhã, um novo banho, com novas modalidades de carícias. Encantadoras as duas. E lá fui eu para a cozinha preparar Panquecas com Geléia de Amoras para minhas adoráveis diabinhas da cruz vermelha. Fiz questão de colocar garfada por garfada na boquinha de cada uma das duas antes que fossem embora.


Verdade seja dita: em meus 55 anos de vida, fui capaz de suportar situações terríveis, que até Deus duvida, mas ter que conviver 12 horas por dia com essas duas criaturas detestáveis do sexo feminino estava acabando comigo. 

Foi quando tive uma idéia: liguei para o "delivery de prazer" que habitualmente me atende e perguntei, assim como quem não quer nada, se alguma das meninas do elenco da casa teria prática com primeiros socorros e noções básicas de enfermagem.


 Ela me respondeu: "Querido, claro que sim, você tem idéia do quanto é comum clientes enfartarem durante as sessões terapêuticas com minhas meninas? Todas elas todas foram treinadas por enfermeiras e estão sempre prontas para agir com o tratamento correto sempre que a necessidade exige".


Foi quando perguntei a ela: "E se eu contratasse suas meninas como cuidadoras e dublê de enfermeiras, você acha que dariam conta do recado?"


Ela respondeu: "Preciso mesmo responder sua pergunta? Óbvio que sim! O único problema é que seu Plano de Saúde dificilmente irá cobrir os custos"



Pois bem: essa conversa aconteceu duas semanas atrás.

Desde então, tenho sido atendido por três moças de cada vez, em turnos de 72 horas contínuas. Júnia ou Marilu sempre estão no comando do grupo.


Não tive mais tempo sequer de ir ao telescópio, e não faço outra coisa senão ser continuamente devorado por essas meninas. 


E, por incrível que pareça, minha recuperação vai de vento em popa. 


Encerro meu relato por aqui. Primeiro, porque escrever com uma única mão cansa demais. E segundo porque tenho coisas muito melhores para fazer com minha única mão operante do que "batucar" num teclado de computador. 


Não vejo a hora de voltar a funcionar 100% novamente. 


Prometo que quando isso acontecer, promoverei uma Suruba à Moda da Velha Roma, como as dos velhos tempos em Brasília.


Até lá, amigos.
Eu, Manuel Mann, 55 anos,
  dedico esta crônica libertina
 à atriz Sally Kellerman,
 que criou no filme M.A.S.H.,
 de Robert Altman,
 uma enfermeira para acabar
 com todas as outras enfermeiras:
 a inesquecível Hot Lips.





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